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A Rosela pertence a família dos Psitacídeos, seu nome científico tem o prefixo Platycercus e subdividindo-se em:
Rosela Adelaide (Platycercus Adelaidae) |
Rosela Adscitus (Platycercus Adscitus) |
Rosela Verde (Platycercus Caledonicus) |
Rosela Pennant (Platycercus Elegans) |
Rosela Eximius (Platycercus Eximius) |
Rosela Flaveolus (Platycercus Flaveolus) |
Rosela Icterotis (Platycercus Icterotis) |
Rosela Venustus (Platycercus Venustus) |
Aqui trataremos de um aspecto geral sobre as oito espécies das Roselas, porém nossa orientação abaixo é mais voltada para a Rosela Eximius, que é a mais difundida e conhecida no Brasil e principalmente deixamos claro que o texto abaixo contém informações e dicas sobre manejo que implantamos aqui no Criadouro Rosela.
De origem atribuída à Oceania, em particular ao interior da Austrália e encontrada também nas Tasmânia, além de ter sido introduzida na Nova Zelândia, e de habitat natural em bosques abertos, matas nativas e árvores em margens de rios. De um modo geral, a Rosela também pode ser vista mais próxima de áreas urbanas como parques e jardins. Em meio à vegetação na natureza, a mistura de cores serve de camuflagem ao pássaro, que ainda conta com dois círculos brancos em cada lado da face. A Rosela vive em pares ou em pequenos grupos durante o verão. No inverno, pode formar grupos de até 20 exemplares. Há casos em que se juntam cerca de 100 pássaros em um só bando.
Estas aves são muito coloridas, na cor comum (também chamada de normal ou silvestre), apresentando a cabeça vermelha com mancha branca sob o bico e seu corpo tem plumagem verde, amarela, azul, vermelha e preta além de possuir os ombros com tom azul brilhante. A beleza da profusão de cores vibrantes que exibem suas penas, em diversas combinações e em figuras geométricas, faz parecer que ele voou de um quadro pintado em aquarela. Vermelho, verde, amarelo, preto, azul e nuances desses tons formam o colorido exuberante da Rosela para ornamentar jardins de residências e áreas de criação. No geral, as Roselas tem o tamanho entre 29 e 34 cm e um peso entre 90 e 120 gramas.
A Rosela tem um canto calmo e agradável e emitem sons altos apenas quando estão em estados de alerta. São ótimas aves de estimação, pois, se forem cuidadas com delicadeza, tornam-se muito dóceis. Até mesmo as aves já adultas se acostumam com o "dono" ou tratador, podendo vir comer até mesmo na mão. Não são muito boas quanto à imitação de sons, porém com o tempo acabam aprendendo alguns sons como, por exemplo, toque de telefone e com muito treino e paciência podem até aprender algumas palavras. Devido a beleza, a Rosela é muito apreciado dentre os criadores de pássaros ornamentais de todo o mundo.
Quando tratada na mão desde os primeiros dias de vida, a Rosela se torna um excelente animal de companhia. Porém necessita de bastante atenção e interação para se tornarem dóceis e bons cantores/imitadores (principalmente os machos). As Roselas domesticadas requerem atenção, ainda mais quando filhotes, pois caso a interação não seja suficiente, ela tende-se a se tornar novamente arisca em poucos dias, sendo muito difícil voltar a ser criada como um "pet". Mas, o temperamento da Rosela não é como uma calopsita por exemplo, ou seja, a Rosela tem um maior instinto selvagem e arisco. Podem tornar-se aves agitadas se expostas a ambientes muito barulhentos, portanto o melhor é que o local seja agradável.
Para se tornar "pet", o filhote deve ser retirado do ninho por volta dos 15 dias de vida e alimentado com papinhas próprias para filhotes, disponíveis em lojas especializadas. Dê preferência por papas conceituadas no mercado. Não vá atrás do mais barato, pois como o ditado popular diz: "o barato sai caro". A Rosela é considerado um pássaro sedentário, portanto muito cuidado com a alimentação (falaremos mais sobre o assunto no item alimentação).
Já adaptadas ao clima Brasileiro, às gerações nascidas por aqui são mais resistentes do que as autênticas Roselas importadas da Europa. Em cativeiro, são criadas em gaiolas ou viveiros com medidas mínimas de 120x60x60cm (Não coloque um casal em viveiros menores que o indicado!). Existem fábricas de gaiolas que já fazem essa medida especialmente para criação de Roselas, também facilmente encontrado os conjuntos com carrinho de 3 gaiolas/viveiros.
As Roselas não gostam de vento e frio, o viveiro deve ser instalado onde haja proteção de paredes, cercas vivas ou quebra-ventos. Caso o viveiro fique no tempo, cubra metade do viveiro para oferecer abrigo contra o frio, sol e chuva. Se mantidas em um ambiente calmo, as Roselas ficam bastante tranquilas.Com um bom manejo, podem viver mais de 20 anos e têm capacidade para se reproduzir durante 15 anos.
Encontrar diferenças entre o macho e a fêmea não é tarefa fácil, principalmente quando filhotes. Há pouco diformismo sexual entre as Roselas, ou seja, os machos e as fêmeas são muito parecidos, mas os machos são levemente maiores.
Quando se tornam adultos, depois de 1 ano de vida, eventualmente poderá ser vista a distinção entre os mesmos.
Na cor comum, o macho tem coloração mais viva, principalmente o vermelho em volta do pescoço, também têm a cabeça levemente mais achatada que a fêmea, além do bico ligeiramente maior. A fêmea por sua vez, tem uma coloração mais opaca.
Essa diferença é possível ver apenas na cor comum. Na maioria das mutações (vermelha, lutina, etc) somente através testes de laboratório é possível identificar o sexo. Testes de DNA são considerados seguros para evitar erros na formação de casais. Mas, o exame de sexagem é sem duvida o mais indicado, em qualquer cor, para evitar riscos. No Brasil, existe várias empresa que realizam o teste. Normalmente, através da internet é solicitado o kit para coleta de amostra (de sangue ou pena) e após o envio pelo correios, o resultado é disponibilizado em poucos dias. O custo geralmente é abaixo de R$15,00 por sexagem.
Mutações/Cores:
Com o aprimoramento de técnicas de reprodução e manejo, surgiram várias mutações de cores dentre as Roselas Eximius, sendo a cor Rubina a mais apreciada dentre os criadores. Cores: Comum ou Normal/Silvestre, Vermelha ou Opalina, Canela, Canela Vermelha, Pastel, Vermelha Pastel, Lutina Pastel, Rubina Pastel, Lutina, Lutina Canela, Rubina, Rubina Canela, dentre outras..
Desenvolvemos uma tabela para que o cruzamento seja feito de maneira correta, buscando o resultado que queira. Na tabela, consta também a porcentagem com que cada casal pode ter os filhotes no cruzamento de determinadas cores.
:: clique aqui para ver a planilha de acasalamento ::
Obs: As fêmeas não portam cores, ou seja, não são portadoras. Apenas na cor pastel é que a fêmea pode portar. Na planilha não constam combinações com a cor pastel, pois apenas no caso da cor pastel, as fêmeas podem ser portadoras, portanto a combinação seria muito maior e não desenvolvemos a tabela.
Alimentação:
Na natureza, as Roselas gostam de sementes, hortaliças, frutas, insetos e larvas. No Brasil, muitos criadores tem adotado a alimentação com ração extrusada ao invés de sementes. Nós do Criadouro Rosela optamos por utilizar a ração extrusada como fonte principal de alimentação e farinhada durante o ano todo.
Atualmente existem no mercado, várias farinhadas para complementar a alimentação dos psitacídeos, procure uma de boa qualidade, pois com certeza fará diferença. Alguns criadores optam por fornecerem a farinhada apenas no período de reprodução. Neste período, a farinhada deve ser as que já contém ovos, pois é um alimento que tem bastante resultado na alimentação dos filhotes.
A ração extrusada é um alimento que funciona com uma ótima digestão e contém exigências nutricionais específicas para cada tipo de pássaro, ou seja, foram desenvolvidas especialmente para cada espécie/família. Além da grande maioria conter prebiótico que promove o crescimento seletivo de bactérias benéficas presentes nos intestinos, diminuindo por competição os micro-organismos patogênicos e prevenindo infecções intestinais.
Seu uso evita problemas nutricionais, como excesso de gordura e deficiência de vitaminas, freqüentes nas dietas à base de sementes. Elaborada com ingredientes selecionados, vitaminas e minerais de alta qualidade, esta alimentação apresenta as cores, textura e aroma mais agradáveis aos pássaros. Proporciona considerável economia, já que o consumo é cerca de 30 a 40 % menor que o volume de sementes que seriam utilizadas, em função das cascas e do desperdício de sementes pelos pássaros.
Podemos dizer que é o mesmo caso de rações para cães, gatos e peixes, que são muito utilizadas hoje em dia. Porém alguns criadores ainda tem receio quanto ao uso da extrusada. Mas, caso você tenha dúvida, entre em contato com o fabricante pedindo maiores informações ou pesquise mais na internet, com certeza acabará optando também pela ração extrusada. Como eu sempre digo aos que ficam em dúvida: “Os engenheiros alimentares não estudaram anos e anos para fazer algo que não desse resultado”. Portanto, quebre esse paradigma e forneça ração extrusada para seu pássaro, o resultado é ótimo.
A nutrição das aves evoluiu consideravelmente e surgem cada vez mais as dietas prontas disponíveis e as tabelas de dietas caseiras com produtos frescos, de forma a dar uma alimentação o mais completa possível às aves. As antigas dietas à base de sementes eram passíveis de causar problemas, devido ao excesso de vitaminas e proteínas e muitas aves sofriam de problemas renais. As atuais (extrusadas) à base de sementes e rações corrigiram o problema e são muito mais seguras.
Outro ponto importante a se falar, é que os criadores de aves e os veterinários têm trabalhado cada vez em conjunto em conjunto, o que não se verificava há algum tempo atrás, pois devido à precariedade do serviço prestado os criadores optavam por tentar eles mesmos solucionar os seus problemas. Mesmo assim, é compensador verificar um aumento significativo de profissionais com formação adequada, embora o seu universo ainda seja um pouco mais reduzido do que o desejável.
Além da alimentação citada acima, pode ser oferecido todos os dias algum destes:
Frutas: Maçã (sem semente), manga, laranja, goiaba, pera, kwi, acerola, uva etc.
Legumes: Jiló, beterraba, pimenta dedo-de-moça (moderadamente), pimentão (muito cuidado com agrotóxicos), cenoura (preferem levemente cozida, sem sal), milho-verde, abóbora, abobrinha, pepino, berinjela, vagem, couve-flor, brócolis, repolho, batata-doce (cozida e sem sal), quiabo etc.
Verduras: Almeirão, couve (também gostam do talo), chicória, espinafre, rúcula etc.
ATENÇÃO: Alimentos que causam problemas: Alface (provoca diarréia), Agrião (irrita as mucosas do estômago e do intestino. Principalmente os Psitacídeos toleram mal o agrião), Fermentados (pão, bolo, etc.), Leite (as aves não possuem no organismo a enzima que processa o leite), portanto não forneça.
Caso sua preferência de manejo seja alimentação à base de sementes, a base pode ser: Alpiste, painço, arroz sem casca, girassol miúdo, aveia, linhaça, castanhas, milho, semente de abóbora. (Existem no mercado misturas para as Roselas, é a praticamente a mesma de ring neck, porém sem amendoim com casca, pois elas não descascam).
Se a alimentação principal for a ração extrusada, forneça a mistura de sementes apenas uma ou duas vezes por semana, como forma de petisco, pouca quantidade apenas para se divertirem. Porém, cada Rosela tem uma aceitação. Umas não chegam perto de beterraba, por exemplo, outras comem bem. Portanto, o melhor é oferecer de forma rotineira, fazendo com que a ave se acostume com tal alimento.
Para ter ideia da quantidade à oferecer, aqui no criadouro oferecemos 1/2 jiló, 1/8 de uma maçã (sem semente), 1 folha de couve, 1/4 de milho verde por casal. Ou seja, a cada dia oferecemos um dos componentes por casal (frutas, legumes ou verduras), lembrando que é apenas uma forma de petisco, não é para as Roselas se alimentarem apenas disso, por isso utilizamos a ração extrusada como fonte principal de alimentação, deixando uma folga (fruta, legume ou verdura) a cada três dias sendo somente a extrusada como fonte de alimentação.
Também pode ser feito um mix de frutas, legumes e verduras feita com: Pimentão verde, pimentão vermelho, pimentão amarelo (pimentões sem sementes), jiló, pimenta dedo-de-moça (com semente), abobrinha, abóbora, couve, beterraba, cenoura etc. Porém cuidado, pois oferecendo o mix elas tendem a comer apenas o que mais gostam, o ideal é fornecer um alimento extra por dia, assim elas aceitam todas. Por exemplo, se sempre deixar à disposição: Jiló, maçã, beterraba, cenoura etc, elas com certeza comerão a maçã e jiló e deixarão a beterraba e cenoura de lado, além de não se alimentarem corretamente com a fonte principal de energia (extrusada ou sementes).
Ocasionalmente, oferecemos também um pouco de papa de frutas, intercalando com outras comidas citadas acima, como forma de petisco. Todos esses alimentos adicionais, oferecemos apenas como forma de petisco, nunca como fonte principal de alimentação. A quantidade para um casal de papa de fruta, é cerca de uma colher de sopa apenas.
ATENÇÃO: Caso a alimentação principal da sua ave for sementes, muito cuidado com o excesso de semente de girassol. É muito gorduroso (problemas no fígado e obesidade), além de possuir um fungo (toxinas) que pode causar doenças nas aves. Dê preferência por sementes que passaram por processo de limpeza (ventilação) e lembre-se que a Rosela é um pássaro sedentário e o sedentarismo pode reduzir a longevidade da ave, portanto uma alimentação balanceada só tem benefícios às aves.
Mesmo que a Rosela não se adapte a um determinado alimento, insista. Pois ela adapta-se com o decorrer do tempo. Aqui temos Roselas que não comiam milho verde, cenoura, beterraba etc e hoje comem normalmente, pois a adaptação é feita gradativamente mesmo quando o pássaro já é adulto. Com o tempo, ela vai aumentando o consumo, portanto, não deixe de fornecer algum alimento, caso ela nem "belisque" nas primeiras vezes. Quando filhotes a aceitação é mais fácil, portanto diversifique bastante os alimentos complementares para os filhotes.
Portanto, atente-se quanto à alimentação, o ideal é intercalar um dos alimentos "extras" como verduras, legumes e frutas em quantidade para que não se satisfaça assim, o pássaro terá que comer a principal alimentação, que é extrusada ou sementes.
Nunca tente reutilizar alimentos que caem no fundo da gaiola! O custo com o desperdício certamente é muito menor do que a perda de uma Rosela, tenha sempre isso em mente!
Atenção para mudar alimentação de Rosela adulta: As Roselas filhotes/jovens, adaptam-se muito bem a ração extrusada. Já as adultas, levam certo tempo. Tivemos casos aqui no Criadouro Rosela de ir trocando gradativamente em até 2 meses pela extrusada. No início, misturando a extrusada junto com as sementes, aos poucos separando a extrusada das sementes e fornecendo as sementes que elas estavam acostumadas em doses cada vez menores, até chegar a uma "colher" por dia, depois alterando os dias para um sim um não, depois de algum tempo para um sim e dois não.
Sempre fornecendo as frutas, legumes e verduras citadas acima.Tudo é uma questão de conhecer sua ave, ver a reação quanto a adaptação na troca do alimento. Seja muito atencioso, repare no que ela mais come, no que menos come, tente intercalar outras opções. Enfim, você precisa conhecer seu pássaro.
Repetimos: Muito cuidado, pois pode acontecer da sua Rosela adulta não se adaptar, é preciso muita atenção e observação diária. Uma dica para verificar melhor se ela está comendo a extrusada: deixe um pote com água ou bebedouro de malha larga sempre com água limpa, no dia seguinte note se o bebedouro ou pote está "sujo" com restos da extrusada. As Roselas gostam de levar a ração extrusada no bebedouro para amolecer, então repito: Muito cuidado e atenção ao trocar a ração da sua Rosela adulta!
Faça um acompanhamento diário com muita atenção, lembrando que, este procedimento é o que utilizamos aqui em nosso criadouro. Atente-se muito bem para SUA Rosela!
Também é importante sempre ter à disposição dos pássaros uma mistura de grit mineral ou areia (fonte de cálcio). Bloco de cálcio bem duro também é uma boa opção e ajudam a desgastar e afiar os bicos. Utilizamos aqui no criadouro, um pote contendo mineral com carvão ativado durante o ano todo, quando está chegando a época de criação, o consumo de mineral é considerável e se faz necessário para que a ave tenha fonte de cálcio ideal para uma postura perfeita.
O equilíbrio da alimentação não só da Rosela, mas como de qualquer outro pássaro, deve ser observada com atenção. Uma boa alimentação resultará em aves sadias, com plumagem impecável e muito tranquila, além de favorecer bastante uma boa reprodução.
Água: Você gosta de beber água limpa, certo? Pois bem, as aves também. Deve ser trocada de preferência 2 vezes ao dia, logo pela manhã e no final da tarde, ou de acordo com a necessidade, porém o mínimo é que seja trocada 1 vez ao dia. Dê preferência por água sem cloro ou produtos que possam prejudicar as aves.
Caso não seja possível oferecer água sem cloro (mineral), pelo menos ofereça água filtrada, pois muitas infecções bacterianas são transmitidas para as aves em geral através da água.
Utilizamos aqui um bebedouro automático, com reposição manual de água. O bebedouro possui um bico automático que com um toque bem leve a ave consegue ingerir a água que precisa. Para este tipo de bebedouro, onde a entrada de sujeira está restrita, pode ser trocado com uma quantidade maior de dias. Mas, veja se sua ave se adapta ao bebedouro antes de fornecer apenas essa fonte de água. Alguns criadores utilizam bebedouro de malha larga (utilizados para Trinca-Ferro), é uma boa opção, porém as Roselas tendem a destruir o bebedouro dentro de algum tempo (umas mais rapidamente, outras menos, mas praticamente todos terão que ser trocados periodicamente). Para estes bebedouros, a troca da água deve ser diária, pois o alimento volta para dentro do bebedouro, sujando a água.
Deixamos à disposição absolutamente TODOS os dias, banheira tipo viveiro para o banho. Mesmo no frio, oferecemos a banheira, pois a ave sabe exatamente quando está pronta para tomar banho. Após as aves banhar-se, devem-se retirar as banheiras. O ideal é que sejam colocadas e retiradas sempre no mesmo período. Aqui colocamos pela manhã (por volta das 8hrs) e retiramos depois de uma ou duas horas, ou após o banho.
Caso utilize bebedouros convencionais de malha larga, se durante algum período do dia ficar à exposição do sol, prefira os bebedouros escuros (marrons ou azuis), pois contém proteção contra raio ultra-violeta, pois se for transparente, a água se esverdeará facilmente. Em dias muitos quentes, troque a água duas ou três vezes durante o dia, principalmente no período da tarde, evitando que a água fique em uma temperatura desagradável para o pássaro.
Reprodução:
A reprodução normalmente ocorre entre agosto e fevereiro, principalmente em setembro, com cerca de três posturas por ano de, em média cinco ovos de coloração branca (podendo chegar à 9 ovos por postura). Porém, com a variação climática (tempo seco ou muito chuvoso), o período de reprodução pode-se antecipar ou postergar-se. Há casos de posturas durante o ano todo no Brasil, dependendo a região.
Não é um pássaro muito fácil de criar, como calopsitas por exemplo. Há cuidados extras que devem ser acompanhados. Um cuidado importante, que muitos criadores acabam não entendendo o motivo da baixa fecundidade entre as Roselas, é quanto ao manejo dos ovos. Normalmente, a Rosela faz a postura a cada dois dias, ou seja, um dia sim outro não (algumas a cada três dias), mas ela deitará ou entrará em choca, apenas a partir do quarto ovo.
Existem fêmeas que põem até 9 ovos, intercalando a postura a cada 2 dias, temos um período de 18 dias, ou seja, enquanto ela está botando o ultimo ovo, já tem embrião/filhote bem desenvolvido dentro dos ovos que ela está chocando, com isso o nascimento se dará em dias bastante alternados e a probabilidade dos filhotes que nasçam por último morrerem esmagados pelos outros filhotes, é grande.
Para isso, existem no mercado ovos falsos ou ovos index, aqui utilizamos ovos de plásticos (no final da página, encontrará o link de onde poderá comprar os ovos de plásticos). Quando a fêmea fizer a primeira postura, troque o ovo e coloque o index, repita este procedimento até a postura do quarto ovo, então volte os outros 3 ovos para o ninho. Com isso, o sucesso na criação será maior.
Acima, descrevemos o nosso manejo quanto aos ovos. Existem criadores que deixam o casal reproduzir sozinho, que também chocam e criam normalmente, mas durante os anos observamos que esse manejo tem trazido melhor resultado em nossos casais.
No período de reprodução, que se inicia geralmente a partir de um ano de idade, é necessário deixar o casal em viveiro separado, pois a Rosela é agressiva e territorialista com outros pássaros da mesma espécie, sobretudo quando os filhotes estão no ninho. Há Roselas que chegam a maturidade sexual já com 7 meses (Aqui no criadouro mesmo, tivemos um caso de uma fêmea com 7 meses e o macho com 9 meses, que cruzaram e criaram normalmente). Preferencialmente, os viveiros devem conter divisórias, para que um casal não visualize o outro. (Lembrando que o tamanho mínimo é de 120x60x60cm, nunca menor que isso). Não esqueça de planejar um local para os futuros filhotes, pois por ser territorialistas, não podem ficar muito tempo com os pais e os filhotes precisam se exercitarem em um espaço agradável.
Não há problema em criar Roselas no mesmo local que outras espécies, a agressividade só ocorre entre as próprias Roselas quando há disputa de território, portanto nunca coloque mais que 1 casal de Roselas no mesmo ambiente. Atente-se ao comportamento quando estão junto com pássaros de outras espécies, analisando se estão adaptando-se bem ao novo ambiente, o espaço oferecido de ser suficiente para acomodar a quantidade de pássaros confortavelmente. Coloque brinquedos para facilitar a interação entre as aves, pois elas gostam de mastigar, minimizando assim as chances para que estraguem os poleiros. Caso a visualização de um casal para o outro for menor que 2 metros, utilize divisória para que um casal não veja o outro (como dito acima, a Rosela é territorialista), podem ser feitas em zinco, achado facilmente em loja de ferragens (as lojas até cortam na medida exata).
Ninho indicado é com tamanho: Comprimento 23cm, Largura 23cm, Altura 50cm (ou bem próximo deste tamanho), com escada no interior do ninho para facilitar a saída da fêmea e dos filhotes. Dê preferência para ninhos colocados pelo lado de fora e sempre no alto, pois facilita inspeção e sobra mais espaço dentro da gaiola/viveiro. Para uma melhor inspeção, uma abertura na lateral no ninho é fundamental para facilitar o acompanhamento da postura e desenvolvimento dos filhotes. Os ninhos geralmente são confeccionados em MDF e tem grande durabilidade se for mantido longe de chuva e sendo limpo periodicamente.
Serragem: Não utilize serragem prensada (utilizada na criação de hamster), pois possuem veneno/inseticidas. Utilize serragem que são vendidas em sacos “soltas”, mas mesmo assim veja o aspecto e cheiro do produto, confira se não possui veneno ou algum produto tóxico, pois podem espantar as Roselas no período de choca e até mesmo trazer algum problema de saúde. O côncavo (fundo) do ninho deve ser o maior e mais fundo possível (se for praticamente do tamanho inteiro do fundo do ninho é o ideal, e a fundura de uns 2cm, pois elas tendem a espalhar os ovos e não conseguirem mais unir, por isso a inspeção deve ser feita diariamente).
Prefira gaiolas que tenham a parte debaixo (bandeja) com distância de 3 a 5cm da grade do fundo da gaiola, pois assim elas não conseguirão pegar alimentos que caiam e se misturam a sujeiras, evitando a ingestão do alimento possivelmente contaminado.
A fêmea é uma excelente chocadeira e leva de 19 a 21 dias (normalmente 20 dias) para incubar os ovos e só sai do ninho para se alimentar, também sendo alimentada dentro do ninho pelo macho. Durante os primeiros dias após o nascimento dos filhotes, normalmente a fêmea é que os alimenta. Quando são um pouco mais velhos, geralmente depois de 10 dias, o macho também colabora. A plumagem surge quando os filhotes têm quatro ou cinco semanas de vida, sendo então alimentadas e tratadas pelos pais durante mais algumas semanas. Pode demorar um ano até que as aves adquirem a sua plumagem completa. Os filhotes dão seu primeiro vôo aos 33 dias e devem ficar cerca de 20 dias junto com os pais até estarem comendo totalmente sozinhos.
Roselas que apresentem obesidade não são recomendadas para reprodução. Os machos diminuem a libido e sentem dificuldade para copular, enquanto as fêmeas perdem as reservas corporais no momento da postura. Também diminuem o tamanho e o número dos ovos. Portanto, muita atenção para alimentação da sua Rosela, caso perceba obesidade, tente perceber o que está acontecendo, se está fornecendo alimento muito gorduroso, se os poleiros estão muito perto (e consequentemente não se exercitam), se a gaiola é pequena demais (lembre-se: Nunca deve ser menos que 120x60x60cm).
Anilha:
A anilha é utilizada para controle e identificação das aves, ou seja, é um Registro da ave. Para as Roselas, são utilizadas anilhas da FOB (Federação Ornitológica do Brasil), onde contém os dados: Sigla da FOB, Código do Criador, Ano de Nascimento, Sigla do Clube e Número do Anel Sequencial.
Em 2014 o tamanho padrão para a Rosela Eximius era 5,5, em 2015 passou a ser 5,0. O custo de cada anel é tabelado pela FOB, sendo na faixa de R$3,00 cada. Para cada espécie existe um tamanho específico de anilha e a solicitação da anilha deve ser feita junto ao clube em que o criador faz parte que então solicita à FOB a confecção das anilhas.
As anilhas para marcação das aves seguem um padrão de cores, o que facilita a identificação da idade dos pássaros. As cores são utilizadas mundialmente, sendo:
Atente-se quanto ao tempo para solicitação, pois geralmente demora cerca de 20 a 30 dias para que você receba as anilhas, portanto planeje-se para que as anilhas estejam com você quando os filhotes nascerem.
O anilhamento é um procedimento simples e deve ser feito em torno de 7 dias de vida do pássaro. Faça inspeção no ninho para verificar o tempo certo para colocação da anilha, pois alguns crescem um pouco mais rápidos e outros precisam ser anilhados depois. Também atente-se após anilhamento se a anilha se manteve no pássaro, pois em alguns casos a fêmea tende à tirar ou sair sozinha.
Curiosidades:
Sobre a FOB - A FOB é uma associação de clubes de aves domésticas e exóticas que agrega 4,5 mil criadores. A entidade presta orientação sobre condições adequadas para a ornitologia doméstica e exótica de acordo com a Legislação brasileira e repudia o tráfico e comércio ilegal de aves. Há 65 anos, a Federação concentra seus esforços para desenvolver a atividade da ornitologia doméstica no Brasil, ganhando posição de destaque no cenário internacional. A FOB confecciona em média 750 mil anilhas por ano.
Para participar de campeonatos, a ave necessariamente precisa ser anilhada e com anilha oficial da FOB. O criador deve se associar previamente a um clube de criadores de aves filiado à FOB, somente dessa forma consegue-se anilha dessa entidade.
Dicas:
Potes/Comedouros:
Dê preferência para potes de porcelana, além de fácil limpeza ele acumula menos sujeira, minimizando os problemas de saúde da ave. Também, existem comedouros de porcelana com grades, para o caso de algumas Roselas que gostam de “brincar” com a comida, desperdiçando bastante. A grade ajudará muito a minimizar essa perda e lembre-se: Nunca tente reutilizar alimentos que cairam no fundo da gaiola!
Brinquedos:
Você mesmo pode fazer o brinquedo, com poleiro (de preferência o de pinus de cor bem clara), fazendo o tingimento com anilina comestível na cor que quiser. É um procedimento fácil e rápido, na internet encontrará videos de como proceder para fazer o tingimento de madeira com anilina comestível, mas o procedimento é simples: Corte os pedaços de madeira, fure-os, coloque água para ferver e adicione anilia comestível até chegar a cor que quiser (quanto menos água e mais anilia, terá cores bem bacanas) deixe ferver por 2 minutos e deixe secar sob um pano ou guardanapo de papel. Após, monte os brinquedos conforme sua imaginação, pode utilizar peças de plásticos que não sejam tóxicos, pedaços de couro crú etc. enfim, dê asas à sua imaginação. Todo psitacídeo gosta de interagir com brinquedos, mesmo sendo ave arisca e também precisam roer algo para desgastar o bico. Com a Rosela não é diferente, caso não tenha um brinquedo, muito provavelmente ela bicará o poleiro. Portanto, indicamos que seja colocado algum brinquedo de madeira, encontrado facilmente em lojas do ramo. Não precisa ser muito grande, mas o melhor é o de madeira colorido, pois elas adoram bicar.
Poleiros:
Uma dica muito importante que pode passar despercebido para muitos criadores é quanto aos poleiros. Já sabemos que a gaiola mínima para criação da Rosela é de 1,20x0,60x0,60cm (nunca menor que isso para um casal) e a nossa dica é utilizar apenas 2 poleiros, um em cada extremidade da gaiola e no alto.
Veja na foto ao lado, marcados em vermelho, os pontos que deixamos os poleiros.
Deixando apenas um poleiro em cada extremidade (distância de uns 15cm da lateral da gaiola), as Roselas tendem a voar, ou são forçadas a voar para ir de um poleiro ao outro e quando vão subir ou descer em busca de comida. Tenha atenção quanto a disposição dos poleiros, evitando sempre que as penas da cauda arrastem no fundo da gaiola, para que não fiquem danificadas e sujas.
Se colocar 4 ou mais poleiros, a tendência é que elas apenas "pulem" de um poleiro para o outro, deixando de se exercitarem (propiciando a engordarem). Utilizamos aqui 2 tamanhos, sendo um da grossura de um cabo de vassoura (pode ser feito manualmente) e outro um pouco mais fino. Também, atente-se para que os poleiros não fiquem embaixo dos comedouros e água, evitando a contaminação com as fezes. É aconselhável a instalação de poleiros de diferentes diâmetros para que as aves exercitem os dedos e afastem o risco de atrofias, além de diminuir os riscos de calos. Também pode ser que com o tempo tenha que ser trocado o poleiro, pois elas tendem a bicar para desgastar e afiar o bico, por isso o importante é ter um brinquedo para que ela interaja e tenha onde bicar. Alguns casais de Roselas, não costumam bicar os poleiros, outros sim, ou seja, não existe uma regra para essa questão.
Banho:
Forneça diariamente ou no mínimo 3 vezes por semana uma vasilha no tamanho certo para que a Rosela tome banho, pois o banho é muito apreciado nesta espécie, além de manter a saúde da ave. Existem no mercado, banheiras tamanho viveiro, que tem em média de 22cm de comprimento, sendo ideal para a espécie.
Banho de sol:
A gaiola ou viveiro da sua Rosela fica algum período do dia exposta ao sol? Preferencialmente no período da manhã, caso sim, ótimo! Caso não vamos lá: As aves enxergam os raios UV que fazem parte da luz natural do sol. Elas utilizam os raios UV para a alimentação e para a reprodução.
Uma ave em cativeiro pode ficar privada da radiação UV. Os raios UV da luz do sol que entra pela janela são eliminados por vidros e cortinas. Além disso, as fontes normais de iluminação doméstica não emitem UV. A vida sem os raios UV para as aves seria como se os seres humanos vissem tudo a preto e branco.
Quando um pássaro não tem acesso a luz solar direta, a luz UV deve ser fornecida. A luz utilizada comercialmente não oferece os raios UV e distorcem a cor natural do pássaro. No mercado existem lâmpadas própria que foram projetadas para fornecer o nível correto de UV para o pássaro, e exibir suas cores verdadeiras. Essas lâmpadas não são baratas, mas criadores que utilizam reconhecem os benefícios. Mas, “igual ao sol, não há”! Ou seja, tente adaptar para que o viveiro ou gaiola passe algum tempo do dia, preferencialmente na parte da manhã no sol. Ou mesmo que uma vez por semana, você tenha que levar a gaiola para que o pássaro tome banho de sol, é muito importante.
Roselas agitadas:
As Roselas se se acostumam com os donos ou tratadores, porém quando há alguém desconhecido no ambiente, podem ficar agitadas e emitirem sons altos. Até mesmo com o próprio tratador podem ser mais agitadas em alguns dias e acaba passando despercebido o motivo.
Mas, um dos grandes motivos é quanto a coloração da blusa. Por exemplo: Se elas acostumaram o tratador com blusa de cor clara e elas veem com uma blusa colorida ou um boné, por exemplo, tendem a assustar-se. Aqui no Criadouro Rosela, temos este cuidado, de tratá-las estando apenas com blusas claras. Quando por algum motivo utilizamos uma roupa com listras, por exemplo, parece que elas acabaram de chegar em um ambiente estranho e se debatem bastante. Mas, voltando alguns minutos depois com blusa clara, tornam-se normais novamente. Esta dica pode ser importante pra você que já percebeu este comportamento em suas Roselas, fique atento. Porém, não é regra geral, pois tem criadores que não tem este problema (Mas na maioria, isto ocorre).
Limpeza/Desinfeção:
É importante que o local da criação seja limpo constantemente, pois caso contrário, ocasionará no aparecimento de pragas como: piolhos, formigas, carunchos etc. Os poleiros devem ser lavados de acordo com a necessidade, verifique e acompanhe quando é hora de lavá-los. Para lavar, utilize sabão neutro, enxague bem e deixe secar ao sol. Já o ambiente, deve ser lavado o mínimo de uma vez por semana. Existem vários desinfetantes próprios para limpeza de planteis, custam em média de 30,00 e duram bastante tempo, pois são concentrados. Para o fundo das gaiolas e grades, também utilize lavagem com sabão neutro e secagem ao sol. Lembre-se: a perda de um pássaro tem um prejuízo financeiro muito maior do que um custo para aquisição de materiais de limpeza e tempo para execução, além de trazer uma perda sentimental. Portanto, cuide da sua ave!
Doenças:
Não falaremos aqui especificamente de cada aspecto ou doença, pois existem muitas e também qualquer problema de saúde deve ser acompanhado por um veterinário. O que orientamos é que sempre verifique a saúde do seu pássaro, seja com acompanhamento diário (olhando bem as aves) ou através de exames laboratoriais. Existem vários laboratórios que fazem exames específicos para cada tipo de doença em ave ou o check-up das principais doenças, a fim de monitorar a boa saúde das aves. Não dê medicamento sem necessidade para sua ave e muito cuidado com antibiótico, apenas com orientação veterinária forneça.
Mas, saiba que para evitar muitas doenças, a higiêne é fundamental, ou seja, um local sempre limpo e desinfetado com certeza será local propício à boa saúde dos pássaros.
Piolhos: Uma dica para este mal que qualquer ave está exposta, pois eles chegam até mesmo através do vento (alguma ave que passou por perto etc), é sempre verificar se a ave “se cossa” com as patas. Caso positivo, pode ter certeza que está com piolho (ou algum tipo de sarna ou ácaro). Extinguir com os piolhos de uma vez por todas é praticamente impossível, pois como falamos acima, pode vir de qualquer lugar, de uma ave que passou pelo local (pardais, pombas...), então a manutenção é o mais indicado. Durante 2 ou 3 dias, utilize 3 gotas de vinagre de maçã na banheira, para que o pássaro tome banho. Faça isso a cada 3 meses, mesmo que ele não apresente sinais de piolhos. Caso a infestação de piolho for grande, pois pode ocorrer em tempo quente e principalmente dentro de ninhos no período de choca, imediatamente limpe toda a gaiola, verificando todos os “cantinhos”, principalmente os frestas dos poleiros, limpe muito bem os ninhos, se for necessário, troque por um novo e jogue fora o atual.
No mercado pode ser encontrado óleo de neem, que é um repelente natural contra piolhos. Também existem folhas de neem desidratadas, que podem ser colocadas junto com a serragem dos ninhos. Mesmo assim, caso a população de piolhos continue, faça uma dedetização com piolhicida. (Prefira piolhicida liquido e aplique próximo das gaiolas). Também existem piolhicida em pó, porém são produtos tóxicos (venenos) e com o vento, pode levar até os olhos das aves, comidas etc.. causando irritação e malefícios à saúde das aves.
Aqui no criadouro, fazemos a vermifugação 1 vez por ano das aves e também um complemento vitamínico antes do período de reprodução, sendo que são medicamentos encontrados facilmente em lojas do ramo, com custo em torno de 12,00 cada medicamento, você consegue fazer a manutenção em vários pássaros, sempre seguindo a bula.
Quarentena:
O que significa quarentena? - É uma denominação dada ao isolamento temporário de aves em geral, ao chegarem a um novo ambiente, para avaliação de seu estado como medida preventiva de controlo de doenças e com isso evitar a sua transmissão.
O período aproximado da quarentena é de 20 a 30 dias.
Durante a quarentena, as aves recém-chegadas ficam acomodadas em ambiente isolado do restante da criação e, nesse período, quando possível, devem ser feitos exames clínicos e laboratoriais (parasitológico de fezes), etc, para que as aves possam ser devidamente tratadas antes de serem transferidas para o mesmo local das restantes aves, evitando assim possíveis problemas de saúde.
Chocadeira Artificial:
As chocadeiras ou incubadoras são equipamentos artificiais que servem para fazer o mesmo efeito de uma incubação natural, ou bem próximo disso. Podem ser utilizados para chocar ovos de aves de pequenos à grande porte e também répteis. Bastante utilizada para incubação de galinhas e codornas, vem ganhando grande espaço dentre os criadores de aves de médio e grande porte.
Em alguns casos, o uso da incubação artificial tem taxa de nascimento maior do que incubação natural, pois na chocadeira temos a possibilidade de regular a temperatura e umidade de forma digital através de termostatos, chegando ao nível exato que cada espécie necessita para o desenvolvimento dos embriões até o nascimento dos filhotes.
Nas Roselas, a incubação artificial ajuda na época de reprodução, principalmente para os criadores que possuem poucos casais e necessitam remanejar os ovos para outros locais, pois como em qualquer espécie, existem casais que podem ter problemas para chocar os ovos. Machos que quebram o ovo, Roselas que se assustam dentro do ninho e trincam os ovos, Roselas que não chocam corretamente ou ficam muito tempo fora do ninho, enfim, são casos que acontecem nas Roselas, por isso é um dos pássaros que não perde valor comercial, pois a reprodução não é tão fácil.
A temperatura para a incubação dos ovos das Roselas, notamos que cada criador tem utilizado uma temperatura, aqui utilizamos a temperatura de 37.5°C (podendo variar dentre os criadores de 37.2 a 37.7°C) e umidade de 52% (pode ser entre 50 a 55%), aliás, uma curiosidade é que a maioria das aves pode ser chocada com essa temperatura de 37.5°C.
Existem no mercado, chocadeiras que tem rolagem automática dos ovos (evitando que grudem na casca, sendo recomendada a rolagem a cada 4 ou 6 horas) e com regulador de umidade digital. Algumas com regulador manual de umidade também funcionam, porém a digital é mais prática. Também possuem sistema de ventilação forçada, que faz com que a temperatura se estabeleça por todo interior do equipamento, fazendo com que a temperatura dentro da chocadeira seja a mais uniforme possível em todos os locais internos.
Em regiões muito quentes, o uso da chocadeira requer cuidados especiais com a temperatura externa. Na maioria das chocadeiras, solicitam que o ambiente externo esteja em torno de 22°C, porém através do nosso manejo, percebemos que com a temperatura externa em torno de 30°C ainda é aceitável (vejam bem, este é nosso ponto de vista de acordo com nosso manejo e chocadeira. Verifique sempre a instrução de cada empresa). Quando o ambiente externo está superior a 30°C e a umidade externa muito baixa, o equipamento tende a desregular (dentro, a chocadeira não consegue manter os 37.5°C e a umidade estabelecida), portanto deve-se colocar o equipamento em ambiente climatizado ou local com temperatura mais amena. Climatizadores também tem apresentado grande funcionalidade, direcionando o ar climatizado para o equipamento, a temperatura interna se mantém dentro dos 37.5°C, os climatizadores (não são ar-condicionado, climatizadores umidificam o ar e reduzem a sensação térmica) podem ser abastecidos com água gelada e cubos de gelo, favorecendo um ambiente mais agradável. Quando a temperatura está acima de 30°C, utilizamos aqui o climatizador direcionado bem próximo à chocadeira e não tivemos problemas.
Caso a temperatura interna do equipamento fique, por até mesmo um curto espaço de tempo, fora do padrão estabelecido, ocorrerão a perda total ou da grande maioria dos embriões, por isso a necessidade de ter ambiente climatizado com ar-condicionado ou climatizador portátil. Somente 1 grau acima do ideal, dependendo a evolução do embrião, já é capaz de mata-lo.
Quando o filhote está prestes a nascer, cerca de três dias antes, deve-se retirar os ovos da rolagem automática e aumentar cerca de 5% a umidade, porém se houver ovos com diferentes datas de incubação (o que é normal na grande maioria dos criadouros, pois possuem apenas uma chocadeira), deve-se aumentar a umidade apenas 2 ou 3%, fazendo com que haja uma um equilíbrio. Após o nascimento, deve-se voltar à umidade para o recomendado. Porém, tecnicamente, o indicado é que um criadouro possua mais que uma chocadeira, justamente para que esse procedimento seja feito de maneira correta, ou seja, quando o filhote está prestes a nascer, deve ser feito o remanejamento dos ovos. Mas, aqui utilizamos uma única chocadeira e o procedimento tem se mostrado eficaz.
Mas, não pense que com a chocadeira você vai ter sucesso absoluto! Pois chocadeiras devem ser utilizadas por criadores com certo conhecimento em criação, principalmente depois que os filhotes nascerem e forem tratados no bico desde os primeiros dias de vida. Portanto, no caso dos psitacídeos não veja a chocadeira como uma máquina de reprodução, veja apenas como um acessório para ajudar na sua criação.
Ainda neste tema sobre chocadeira, notamos que existem muitos criadores que pensam muito em retorno financeiro, pois querem forçar o casal para reproduzirem em grande escala. Colocam os ovos em chocadeiras ou em outros casais exclusivamente com o intuito de forçar o pássaro a fazer novas posturas sem pensar no desgaste físico das fêmeas. Qualquer pássaro, assim como a Rosela, tem um ciclo de reprodução e para estimular é necessário que o ciclo seja completo (postura, choco, alimentação de filhotes), pois se ocorrer sempre o remanejamento, o casal pode perder o instinto materno. Como falamos acima, a chocadeira é um acessório para ajudar na reprodução, não para substituir a reprodução. Há casos, como criação em larga escala de galinhas e codornas que as chocadeiras são utilizadas para este fim, mas no caso de aves exóticas, devemos ter a consciência e respeitar a reprodução do pássaro, pois criamos para ver todo o processo, para aprender a cuidar e sempre buscar fornecer o melhor, mantendo o bem-estar dos pássaros. Todo criador que se preze, cria inicialmente porque gosta, não por causa de fins lucrativos, isso é consequência.
No caso das Roselas, se o casal criar naturalmente, o normal é que choquem duas vezes por ano, pois o período de acasalamento, incubação, crescimento dos filhotes até que sejam separados dos pais, giram em torno de 70 a 80 dias. Alguns criadores tem adotado a forma de manejo com que após a primeira postura, retiram os ovos para reproduzirem em chocadeiras ou remanejam para outros casais, a fim de garantir três ciclos de reprodução. Remanejam a primeira postura e deixam os casais criarem normalmente na segunda e terceira. Este procedimento é válido caso o casal tenha sido preparado, muito bem alimentado e esteja em plena saúde, garantindo assim que três posturas não prejudicarão a fêmea, visto que não é apenas botar ovos, mas sim tratar filhotes.
Na chocadeira artificial e também na incubação natural, deve-se fazer a ovoscopia, que podem ser feitas com lanternas (hoje, lanternas de LED com fim específico para isso) ou equipamentos próprios chamado de ovoscópio. Para verificar se o embrião está se desenvolvendo dentro do ovo, após o 3º dia já é possível ver o crescimento. O acompanhamento pode ser diário e caso aconteça algum problema (morte do embrião), deve-se retirar da chocadeira ou do ninho, evitando contaminação dos outros ovos caso haja algum imprevisto.
Para que os filhotes nasçam no mesmo dia, você pode guardar os ovos das Roselas por no máximo sete dias, em recipientes com painço ou algodão, em temperatura ambiente. Colocando-os dentro da chocadeira no mesmo dia, nascerão juntos. Aqui no Criadouro Rosela, um dia antes de nascer, voltamos os ovos para o ninho, onde a mãe permaneceu chocando os ovos de plásticos (não perdendo assim o período de choco), assim o nascimento dos filhotes acontecem dentro do ninho, evitando que a fêmea ou macho estranhe, ou seja, utilizamos aqui a chocadeira para garantir que não ocorram imprevistos dentro do ninho durante os 20 dias de incubação natural e voltamos os ovos para que os pais cuidem dos filhotes.
Também temos uma U.T.A. (Unidade de Tratamento de Aves), cuja temperatura e umidade também são reguladas digitalmente, para os casos de filhotes que por qualquer motivo forem rejeitados pelos pais ou para criação de aves para “pet”, pois a UTA mantém estável a temperatura para o filhote.
Sempre que possível, faça higienização da chocadeira com desinfetantes (utilizamos de uso veterinário), para que não se propague bactérias, mofo ou outros problemas que possam ocorrer. Um ambiente higienizado é garantia de sucesso em sua criação, não só na chocadeira, mas em todo ambiente de criação.
Abaixo, informações cedidas gentilmente por Jorge Vogt, sobre problemas e soluções quanto a incubação artificial e também alimentação dos filhotes:
PROBLEMAS | POSSIVEIS CAUSAS | SOLUÇÕES |
– Ovo infértil. | – Não fecundado. | – Remanejar matrizes. |
– Melhorar alimentação. | ||
– Morte no inicio (circulo de sangue). | – Período longo de armazenagem. | – Tempo de armazenagem não superior a 5 dias. – Regular temperatura. |
– Temperatura alta. | – Regular temperatura. | |
– Temperatura baixa. | ||
– Morte no meio, ou seja, com mais de 40% de incubação. | – Temperatura alta. | – Regular temperatura. |
– Temperatura baixa. | ||
– Doença infecciosa. | – Fazer exames do plantel. | |
– Viragem incorreta. | – Inspecionar o funcionamento das chocadeiras. | |
– Excesso de selênio na alimentação. | – Fornecer alimentação equilibrada com vitaminas/minerais na medida certa. | |
– Deficiência de Vit. E. | ||
– Ovos infectados. | – Higienização adequada dos ovos. | |
– Fatores genéticos. | – Selecionar matrizes com excelente porte e evitar a consangüinidade. | |
– Morte no final. | – Umidade alta. | – Regular umidade. |
– Umidade baixa. | ||
– Temperatura alta. | – Regular temperatura. | |
– Temperatura baixa. | ||
– Doença infecciosa. | – Fazer exames do plantel. | |
– Viragem incorreta. | – Inspecionar o funcionamento das chocadeiras. | |
– Demora para nascer. | – Umidade alta. | – Regular umidade. |
– Umidade baixa. | ||
– Temperatura alta. | – Regular temperatura. | |
– Temperatura baixa. | ||
– Nascimento prematuro. | – Temperatura alta. | – Regular temperatura. |
– Filhotes fracos. | – Umidade baixa. | – Regular umidade. |
– Temperatura alta. | – Regular temperatura. | |
– Filhotes inchados. | – Umidade alta. | – Regular umidade. |
– Dedos tortos. | – Temperatura alta. | – Regular temperatura. |
– Temperatura baixa. | ||
– Pescoço torto. | – Dificuldade para sair do ovo. | – Regular umidade. |
– Umidade baixa. | ||
– Temperatura alta. | – Regular temperatura. | |
– Pernas abertas. | – Temperatura alta. | – Regular temperatura. |
– Substrato da nascedoura muito liso. | – Usar como substrato uma tela antiderrapante. |
Tabela de Alimentação de filhotes. | |||||||||||||||||||||||
Idade (dias) | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 25 | 30 | 40 |
Nº de trato | 8 | 8 | 8 | 8 | 8 | 5 | 5 | 5 | 5 | 4 | 4 | 4 | 4 | 4 | 4 | 4 | 4 | 4 | 4 | 3 | 3 | 3 | 3 |
Temperatura (Cº) | 37 | 37 | 34 | 34 | 32 | 32 | 32 | 30 | 30 | 30 | 30 | 30 | 30 | 30 | 26 | 26 | 26 | 26 | 26 | 22 | 22 | 22 | 22 |
Local (*) | uta | uta | uta | uta | uta | uta | uta | cx | cx | cx | cx | cx | cx | cx | cx | cx | cx | cx | cx | ga | ga | ga | ga |
Substrato (**) | pa | pa | pa | pa | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce | ce |
* Uta (uta), Caixa box (bx), Gaiola (ga) | |||||||||||||||||||||||
** Papel toalha (pa), Cepilho (ce) |
Curiosidades:
- A Rosela Eximius utiliza um de seus pés (geralmente o direito) para armazenar alimentos e comer em um local seguro. Em cativeiro, elas também conseguem usar os pés para segurar os alimentos e levá-los até a boca, como se fossem “mãos”. Isto porque possuem dois dedos voltados para frente e dois dedos voltados para trás, ou seja, eles têm pés conhecidos como pés zigodáctilos.
- Um sexto das espécies do mundo de “bico-torto” são de origem australianas.
- Na Austrália, criadores de outras espécies criam também rosela como forma de alarme para outros pássaros, pois com a presença de algo estranho (gatos, pessoas estranhas, barulhos diferentes) elas gritam e alertam os outros pássaros. Aqui no Brasil as roselas também tem o hábito de gritar quando estão em estado de alerta.
- As Roselas, em sua maioria, são destras. Seguram o alimento com o pé direito e se equilibram com o esquerdo.
- Os psitacídeos são compostos por aproximadamente 360 espécies de 80 gêneros que inclui aves muito populares como os Papagaios, Periquitos, Calopsitas, Araras, Maracanãs, Forpus, Cacatuas entre diversos outros.
- As principais características dessas aves Psittaciformes é o formato do bico encurvado onde a mandíbula superior recurva sobre a inferior, adaptação que a Natureza fez permitindo à perfeita alimentação a base de sementes e frutas.
- Psitacídeos são normalmente muito coloridas e algumas espécies são capazes de aprender a reproduzir alguns sons de fala humana. Os Psittaciformes têm distribuição geográfica vasta, ocupando as regiões quentes e temperadas de todos os continentes. A maior biodiversidade do grupo encontra-se na Oceania, América Central e América do Sul.
- Os psitacídeos são algumas das aves mais inteligentes e que possuem o cérebro mais desenvolvido. Quando criadas à mão, facilmente se tornam mansos e excelentes animais de estimação para toda a família. Têm a capacidade de imitar com grande exatidão todos os tipos de sons, incluindo palavras.
- Chocadeiras: Uma revista publicada na Grã-Bretanha durante a II Guerra Mundial descrevia uma chocadeira como uma "caixa de madeira com água quente e uma cortina". Uns dos primeiros métodos de incubação incluíam o calor do esterco apodrecido para aquecer os ovos. Os egípcios tinham um método melhor para chocar que usava uma construção cilíndrica com fogo em sua base. Os ovos que estavam chocando eram colocados em um cone invertido que era parcialmente coberto em cinzas, mas isso impedia a chuva de entrar. No ano 400a.c., Aristóteles registrou que as mulheres da Grécia na época colocavam os ovos sob seus seios para mantê-los aquecidos. Chocadeiras automáticas só foram inventadas por Reamur no ano de 1749 em Paris. A primeira máquina comercial foi feita por Hearson no ano de 1881.
- Pimentas: Em meados dos anos noventa, os cientistas começaram a se perguntar como estas espécies de aves conseguiam consumir muitas variedades de pimentas sem reagir ao sabor picante e pungente produzido por uma substância presente nestes vegetais, chamada capsaicina. Alguns estudiosos chegaram à conclusão que este comportamento poderia estar relacionado à quantidade de papilas gustativas nas aves, que é infinitamente menor que em outros animais. Os humanos possuem aproximadamente 9.000 papilas gustativas, enquanto os papagaios possuem 350, os frangos, 24 e os pombos, 37. Não se sabe, no entanto, se as aves não sentem o sabor picante das pimentas ou ainda se são afetadas de forma diferente por este sabor, quando comparadas aos mamíferos, por exemplo. As pimentas são alimentos ricos em vitaminas A, E e C, ácido fólico, zinco e potássio e por este motivo possuem fortes propriedades antioxidantes e protetoras. Além disso, possuem pigmentos vegetais que previnem o câncer. Hoje já são classificadas como alimentos funcionais, por possuírem componentes que preservam e promovem a saúde. Ao utilizar a pimenta na alimentação de aves, é importante ter o cuidado de não oferecê-la em demasia, já que existem relatos de criadores que, utilizando este alimento todos os dias, durante alguns meses, começaram a observar aves com diarreia em seu plantel. Além disso, quantidades excessivas podem apressar as mudas, fazendo com que algumas aves comecem a troca de penas antes do período esperado.
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